quinta-feira, 11 de março de 2010

PERAXA - "VAYAKHEL", Isaac Dahan

Em alguns anos estas duas últimas perashiot do Sefer Shemot, assim como várias de outros Sefarim, são lidas juntas. Isto ocorre porque a TORÁ está dividida em 54 perashiot enquanto que o ano em geral tem menor quantidade de Sábados, além de que muitas vezes as festividades coincidem também com os Sábados, quando então são lidas as porções que correspondem a estas. Daí vem a orientação dos sábios, determinado a leitura de duas perashiot conjuntas (mechubarot) em alguns Sábados.

O tema principal de VAYAKHEL é a construção ao pé da letra (ordem Divina) do Mishkan – Menorá, Altar, Mesa, Aron Hakodesh(Arca), etc. Certamente haveriam alguns que perguntariam se esta construção com tamanha riqueza de detalhes nos deixou alguma lição moral especificamente para os dias de hoje. Explicam nossos mestres que desde que foi destruído o Segundo Templo, saímos para a diáspora e em todos os lugares aonde chegamos erguemos um pequeno santuário, comunidades judaicas nos quatro cantos do mundo. Esta é uma mensagem importante destas perashiot.

Toda comunidade deve construir seu próprio santuário. A união e a paz de seus membros devem ser inspiradas no Eterno.. Assistência aos necessitados, Colégios, Sinagogas, Movimentos Juvenis, observância das leis, costumes e tradições seriam considerados como todos os utensílios do Templo. As pessoas que oram com fé nas Sinagogas ao lado dos Chazanim seriam como Cohanim e Leviim nos atos litúrgicos. Cada casa onde se acendem as velas do Shabat era como se fosse a Menorá do Santuário. Cada comunidade pode e deve ser um pequeno santuário, como disse o Rei Salomão em Shir Hashirim (Cântico dos Cânticos) acerca do Templo: “Vetocho Ratzuf Ahavá – por dentro estava coberto de amor -”.

Na perashat PEKUDEI, vemos como Moisés prepara uma lista detalhada de todos os gastos realizados na construção do Tabernáculo. Por acaso alguém exigiu este procedimento? Claro que não, tratava-se de Moisés, o mais confiável homem daquela época. A ele não interessava o dinheiro. Enquanto o povo recolhia junto aos egípcios ouro, prata e cobre como pagamento de 210 anos de escravidão, ele se empenhava em buscar o ataúde de José, que estava no fundo do Rio Nilo, para levá-lo a Eretz Israel, cumprindo a promessa de seus antepassados.

Ocorre que Moisés escutou rumores de que poderia estar se apossando dos valores arrecadados para a obra. Daí veio sua pronta decisão em detalhar com a maior transparência possível tudo o que foi recolhido assim como o que foi feito e utilizado em cada peça do Mishkan. Em se tratando principalmente de bens públicos, a prestação de contas é imperiosa, eliminando qualquer pretexto que dê margem a calúnias. Assim como devemos ser dignos aos olhos de D’us, da mesma forma devemos ser merecedores de respeito e compreensão por parte do povo.

SHABAT SHALOM UMEVORACH !

Isaac Dahan

Chazan / Shaliach Tsibur da Comunidade de Manaus

Um comentário:

  1. Oi!
    Sou admirador da religião e do modo de vida judaico, por tudo que ele representa..
    Tenho um fascínio, posso dizer milenar pela cauda judaica...
    Adoro as leis e o conceito judaico de pensamentos..
    Gostaria de saber como faço para me tornar um membro efetivo da comunidade, visto que não tenho raízes judaicas, todavia gostaria de ter...
    Desde menino almejo ser judeu.
    Queria saber se é possível, se assim for me dedicarei comunidade!

    Sou de Manaus e tenho 41 anos

    Mando meu e-mail para eventuais respostas.

    Grato

    odieziomoldes@hotmail.com

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